Por Ângela Diana
A capital paranaense faz 331 anos! Eba! Eu amo Curitiba! Não quer dizer que amo menos Londrina, mas que ando bem desgostosa (e faz tempo, vocês sabem!) como as coisas estão – ou não – aqui!
A RPC de manhã fez uma reportagem belíssima da nossa capital, foi um misto de orgulho com desapontamento!
Capital cheia de cultura
Curitiba é considerada uma das maiores cidades culturais do país. Daí vocês vão pensar que, nas artes plásticas, ela explode de tantos artistas, né? Por um lado, sim! Tem muitos museus, galerias, apoio para as aulas de artes para a população… Muitos artistas fantásticos! Mas, Londrina em relação a talentos ,não deve nada para ninguém!
Daí vem o desgosto! Estamos tão sucateados, pisoteados por órgãos públicos que deveriam trabalhar a nosso favor que, perto da estrutura de Curitiba, estamos reduzidos pó!
“Ah! Curitiba fez 331 anos, olha a idade de Londrina!” Pois é! Olhem como perto da capital somos crianças….PRECOCES! Talento não nos falta!
O que falta? Vergonha na cara de gente que só suga da cultura daqui!
Que a carapuça sirva para quem convêm!
Segredos de Polichinelos ou seja, todos, todas e todes sabemos muito bem como funciona por aqui! E aqui uma errata! Eu sempre falo que nada funciona aqui na cultura ou políticas públicas para cultura! Desculpem! Funciona sim! E muito bem! Para determinados “grupelhos”. Já grande maioria é avacalhado e humilhado! Alguém enxerga diferente? Pois, me fale!
Aqui é tão chocante o descaso que tenho feito essa coluna falando sobre a falta de políticas públicas e falta de estrutura e, até ontem, ninguém da Secretaria da Cultura, me deu ao menos UMA resposta!
É sempre uma falta de respeito com todos, todas e todes que fazem a cultura render nessa cidade.
Falei uma vez e falo de novo: FECHEM AS PORTAS DESSA SECRETARIA DA CULTURA! Ao menos não vamos passar a vergonha que passamos! É, eu pensava que não tínhamos recursos para a cultura! Ledo engano! Chega sim! E muito!! E cadê o dinheiro?
Cadê o respeito pelo trabalho dos artistas? Sabe aquele ditado: ” os cães ladram e a caravana passa”?” No caso, eu, aqui na coluna, sou uma dos “cães “, a caravana é o povo de nariz empinado que ganha seu alto salário às nossas custas e não se digna nem em tapar os buracos que ficam na cultura!
Quando falamos no que falta ou perguntamos “aonde estão indo os recursos?” Me sinto numa grande fazenda, ouvindo os grilos cantarem! Resposta da Secretaria da Cultura, sobre a política pública cultural da cidade: “Cri,cri,cri…”.
Querem saber porque eu insisto nisso? Para desopilar o fígado! Só! Se eu acredito que alguma coisa nessa máquina pública de dar dinheiro para “grupelhos”, vai mudar? NAO! NÃO…NÃO VAI MUDAR… Não na minha geração…
E nisso, muitos projetos… desde música, dança, teatro, artes plásticas ….vão ser enterrados nesse solo vermelho…
Minha bisa Olga Fontana dizia que nada que fica sobre a terra, permanece escondido…eu acredito na sabedoria da minha bisa! E rezo, para que eu possa ver, todas as maracutaias, os esquemas, tudo o que foi e está errado na cultura aparecendo! Um dia, a fonte que é essa cidade vai secar!
O Rogério (DNA do Rock) deu uma resposta para quem dissesse que se ele gostava tanto de Curitiba ,devia mudar para lá! Faço dele as minhas palavras: “Meu camarada, se eu pudesse, já estaria lá!”
Boa Páscoa e pax vobiscum aos bons!
Aos maus, quero que a lei do retorno os peguem bem rápido! PORQUE DESSA NINGUÉM ESCAPA!
Foto principal: site Viaja Paraná do governo do Paraná
Ângela Diana
Sou londrinense e me dedico à arte desde 1986 quando pisei pela primeira vez no atelier de Leticia Marquez. Fui co-fundadora da Oficina de Arte, em parceria com Mira Benvenuto e atuo nas áreas de pintura, escultura, desenho e orientação de artes para adolescentes e adultos. Instagram angela_dianarte
Leia todas as colunas de Arte
Fotos: Acervo pessoal
(*) O conteúdo das colunas não reflete, necessariamente, a opinião do O LONDRINENSE.
Respostas de 2
Não se iluda. As maracutaias aqui são a peso de ouro. Um exemplo básico, Rafael Greca, do DEM, mandou comprar por quase R$ 6 milhões e sem licitação 12 reproduções de esculturas de bronze do artista paranaense João Turin, morto em 1949. Detalhe em seis meses elas estariam em domínio público. E para nós reles mortais, sobram editais de 20 mil reais para serem disputados a tapa e verdadeiras monografias que é o que se transformou a defesa de uma obra,
Verdade Amiga Edra!! Nada vai mudar! Olha o tanto de grana que vai e pra gente, que somos produtores de cultura, ficam as migalhas e a humilhação!! O que nos segura é a arte, só! Vou ali chorar e ja volto!