Francis Bacon nasceu em 28 de outubro de 1909 em Dublin , Irlanda e morreu aos 82 anos, de ataque cardíaco, em Madri, Espanha. Para quem conhece filosofia, o nome não é estranho… Bacon foi parente colateral do filósofo, também com o nome Francis Bacon!
Bacon trabalhou em diversos lugares antes de se tornar conhecido como artista… Ele foi empregado doméstico, assistente de telefonista e atendente em uma loja de roupas femininas…Sua infância em Dublin foi extremamente difícil e dolorosa e moldou seus traços na arte para sempre…
Ele sofria de asma e, por vezes, tomava morfina nas crises. Seu pai, um homem violento e grosseiro, o chicoteava para ele “virar homem”! Desde cedo, apresentava traços afeminados e isso fez com seu pai se tornasse mais violento. Com isso, Bacon saiu de casa muito cedo. Foi expulso por seu pai e sua mãe o ajudava, mandando dinheiro para se manter.
Ele residiu em Dublin, Paris, Monte Carlo, Londres, Madri…
Pintou 584 pinturas e mais de 600 desenhos. Seus assuntos eram a vida e morte, mas também tratava de temas polêmicos e tudo o que estivesse ligado a transgressão, seja relacionado com sexo ou religião, como: fantasias masoquistas, pedofilia, violência masculina ligadas a tensão homoerótica, dissecação forense, crucificação, carne, corpo.
Em 1927, ele deparou-se com 106 pinturas de Pablo Picasso, na galeria Rosenberg. Isso e toda a sua história pessoal influenciou sua obra até o fim!
Em 1960, George Dyer tentou assaltar a casa de Bacon. Esse, por sua vez, o convidou para sua cama, tornaram – se amantes por sete anos. Dyer era 30 anos mais jovem e sofria de depressão, problemas com álcool, pesadelos… Além das crises de ciúmes pelas infidelidades de Bacon…Isso desgastou o relacionamento e levou Dyer a se suicidar.
Bacon nunca mais tocou no assunto, mas pintou os últimos momentos de Dyer.
Sua obra também trabalha a captura do movimento e ele acreditava que o ser humano era muito parecido com os animais irracionais. Além de todos os temas já ditos, explorava também a solidão da morte e representava o homem como um pedaço de carne.
Uma de suas várias obras foi leiloada em Nova Iorque em 1976 e tratava-se do retrato de Lucian Freud, que foi vendido por 53 milhões de euros, na época o quadro mais caro do mundo. A mesma obra foi leiloada em 2013 e alcançou o valor de 149 milhões de euros!
Um dos artistas mais transgressores do mundo, suas obras valem milhões e ele influenciou muitos artistas com seus trípticos (quadros divididos em três partes) enormes e sua visão de mundo. Para quem quiser saber mais sobre ele, a dica de hoje é do filme “Love is the devil”, muito bom!
Boa semana para todos!
Angela Diana
Sou londrinense e me dedico à arte desde 1986 quando pisei pela primeira vez no atelier de Leticia Marquez. Fui co-fundadora da Oficina de Arte, em parceria com Mira Benvenuto e atuo nas áreas de pintura, escultura, desenho e orientação de artes para adolescentes e adultos.
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