Por Ângela Diana
Apesar da coluna sair na sexta, sempre acabo escrevendo na quinta a noite (pro desespero da Telma! Kkkkkkkk). Hoje, essa coluna vai como uma devoção à nossa querida mãe Aparecida e a todas as Marias, cheias de graça divina.
Conheço muitos artistas que trabalham com o tema de Maria, uma delas é a Leticia Marquez que, além de pintar Nossa Senhora, ainda criou a série “Marias”( vale muito à pena ver ao vivo).
Conversando com nosso amigo irmão Frutuoso, veio o assunto dele nunca ter feito uma Nossa Senhora, então como homenagem ao dia dela, recém comemorado, ele fez! E aqui está pela primeira vez a primeira imagem do Frutuoso da mãe Aparecida.
Já vi um livro aonde o autor mostrou as várias faces do Cristo, mas, e ao menos não conheço até o momento, nenhum mostrando as faces de Maria.
Uma passagem interessante acontece nas “Brumas de Avalon”, da Marion Zimmer Bradley, em que Morgana, que combatia a igreja com unhas e dentes e defendia a deusa, acaba dentro de um convento, cuidada pelas meninas aspirantes a freiras. Lá ela lembra das sacerdotisas e vê a Deusa, provável ser Brigida, com flores na cabeça. E a conclusão que ela chega é um tremendo insight (creio muito que , a escritora foi inspiradíssima nessa passagem): que a Deusa, em todas as suas formas, jamais sairia da terra, que ela sempre daria um jeito de se manifestar, e que nós, meros seres humanos, não estamos no controle disso. É uma passagem linda do quarto livro e vale a pena ler.
Quando vejo as várias faces de Maria, com todos os nomes e flores ou coroas na cabeça, me lembro que nós mulheres precisamos das nossas Mães deusas por nós. E que elas se dividem entre a menina, a virgem inocente, a moça, a sacerdotisa, ainda em crescimento, a adolescente, a mãe já adulta, a que intercede por nós e nos preenche o coração, nos piores momentos. E, no final, ela é a velha, a morte com uma coroa de ossos e véus negros para nos buscar.
Independente da doutrina, a mulher precisa ter sua representante, a que ataca a serpente e mata com seus pés e nos ensina os segredos mais profundos e nos mostra o poder que temos e que esquecermos.
E aqui, em um país racista, o grande milagre foi a imagem ser feita por um negro, e seu “patrão” queimou e jogou a imagem em um rio! E ela foi encontrada no mesmo rio e a cabeça depois! Nossa grande mãe é NEGRA! Engulam essa, racistas imbecis!
Nós, mulheres, precisamos das deusas em nós, de redescobrirmos nossa arte, nosso poder, nossa magia, nossa força da oração. Se não tem para onde correr, corra para os braços da Maria, da mãe, da acolhedora, da grande sacerdotisa negra, que na umbanda é mamãe Oxum.
É o mais incrível é que minha bisavó era Maria (Mariucha, Mariazinha, em italiano), minha avó materna era Aparecida Maria, e a materna era Maria Eva. Muitas Marias fortes numa família só! Que Maria seja a mãe que você precisa, a amiga nos piores e melhores momentos, e que muitas artistas mostrem cada vez mais as faces de Maria!
Ângela Diana
Sou londrinense e me dedico à arte desde 1986 quando pisei pela primeira vez no atelier de Leticia Marquez. Fui co-fundadora da Oficina de Arte, em parceria com Mira Benvenuto e atuo nas áreas de pintura, escultura, desenho e orientação de artes para adolescentes e adultos.
Foto: reprodução da internet
1 comentário
Ameiii as Faces de Maria, Mãe das Mães, que certamente as criações das Mãos Sábias das Artistas e do Artista apresentado. Conseguiram captar a memória desde a Infância da Nossa Santa Padroeira, Senhora Aparecida, que apareceu para ensinar que Sua Mãe tem rodas as cores e amores por todos nós. Até mesmo piedade pelos Hereges, Profanadores e Racistas que invadiram o Templo onde os Fiéis festejam com Ela. A esses também a minha dó, mas como há, ainda em mim, muito dos sentimentos humanos, eu lhes daria a penalidade maior, viver muito e morrer só. Que me perdoem TODAS as NOSSAS SENHORAS.