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A arte que faz a dor diminuir

Por Ângela Diana

Um dos grandes sentimentos (opinião pessoal, tá, gente, porque eu não sou psicóloga) é a dor.

A dor física que, por vezes, é insuportável e lhe trava (uma vez tive uma dor de dente tão atroz, que quase bati a cabeça na parede para parar. Imagina a dor do parto?).

A dor da perda… perder o pai, a mãe e nem posso imaginar a dor de pais que perdem os filhos…

Como a arte ajuda nisso?

A arte ajuda a colocar para fora essa dor…. ate você se sentir vazio, mas um tanto quanto aliviado.

A dor não some… muitas pessoas convivem ou aprendem a conviver com ela , mas a arte ajuda.

Hoje essa coluna vai ser dedicada para nossa amiga Ilka Elorza, que é terapeuta ocupacional e usa a arte como ferramenta de tratamento.

Estávamos falando sobre a importância da arteterapia para pacientes que tem algum tipo de demência,  ou sofrimentos psicológicos.

Lembra de uma coluna que falei da doutora Nise da Silveira? A arte ajuda no tratamento, inclusive com a diminuição dos medicamentos.

Graças a Freud e Jung, pacientes que passavam por eletrochoques, lobotomias sem sentido, que tomavam altas doses de remedios, foram ajudados pelos ensinamentos e descobertas desses dois médicos e suas teorias e práticas foram espalhadas para o mundo, como uma descoberta incrível, de que nós, seres mais complexos do que se imaginava, temos no nosso cérebro funções ainda nunca usadas, e camadas, como uma cebola, o consciente e o “inconsciente”, id, ego e superego e sei lá o que (tem termos científicos mais correto, tá?).

Foto: Freepik

Dali, Magritte e muitos outros usaram as teorias de Freud para a arte. Como pode não ser interessante saber que quase “90%” de nossa vida é vivida sem termos consciência?

Por exemplo: você pensa para respirar (claro, tirando as vezes que ficamos tão putos ou ansiosos que temos que respirar num saco de papel para acalmar)?

Nossa vida é tão no inconsciente, que Freud descobriu que as pessoas precisavam FALAR! E Jung, que tínhamos, além do cérebro físico, a ALMA! E que os sonhos poderiam revelar muitas coisas.

Quem pinta, desenha, borda, cola… FALA! 

É o momento em que o racional fica lá, no cantinho dele, às vezes de joelho no milho, mas fica lá quietinho…. E o inconsciente toma conta e, através da imagem e escrita, vai “contando” para o psicoterapeuta pedacinhos da história do paciente, que vão formando e encaixando no quebra-cabeça,  para que o diagnóstico seja mais preciso.

Inclusive, nos testes que se faz para o Alzheimer, o médico pede para desenhar algumas figuras geométricas, para ver até que ponto o cognitivo está sendo afetado.

Eu acredito na Arte, assim como na espiritualidade.

E que o ideal é que em casa, no hospital ou clínica, tivesse o arteterapeuta ou terapeuta ocupacional atudando.

Muitas doenças (como diz Renato Russo ) vem da dor e da solidão.

Parabéns, Ilka, pelo belo trabalho e meu mais sincero obrigada a todos, todes e todas terapeutas ocupacionais e arteterapeutas que fazem da arte mais um instrumento para aliviar as dores humanas!

Bom final de semana, pessoal! 

Foto: Ana Paula Barcellos

Angela Diana

Sou londrinense e me dedico à arte desde 1986 quando pisei pela primeira vez no atelier de Leticia Marquez. Fui co-fundadora da Oficina de Arte, em parceria com Mira Benvenuto e atuo nas áreas de pintura, escultura, desenho e orientação de artes para adolescentes e adultos. Siga minhas redes sociais @angela_dianarte e @produtosdoimaginario

Foto: Freepik

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