A arte do caos organizado

Por Ângela Diana

Vocês também acreditam que esse mundo é um caos?

Para a maioria dos artistas, nossa visão de mundo é de um caos “organizado”.

Quando estou trabalhando, vou enchendo minha mesa de tudo o que podem imaginar! Desde penas, flores artificiais, desenhos.

Genteee, quem olha pensa: ” não vai sair nada daí”!

Pior! SAI!

Sai desenhos, colagens, bordados no papel, no tecido, escritos…. 

E quando sei que está pronto?

Olho e o trabalho fala comigo!

Numa das primeiras colunas que fiz, coloquei para vocês que as obras “falavam” conosco! Gente, calma! Não é nenhuma doença mental!

Simplesmente é seu lado criativo, unido com seu inconsciente mais o racional que dizem: “tá tudo bem! AGORA só está o mais importante e no lugar certo”.

Contamos uma história através de imagens….

A única coisa é que nem sempre uma folha de papel é suficiente para contar tudo.

Por isso, podemos usar prédios e muros grandes, murais, folhas pequenas em várias partes, tecidos gigantescos ou pequenos pedacinhos de papel.

Podemos ate usar caixinhas de fósforo com pequenos desenhos dentro.

Pintar cartas de baralho.

Pintar e desenhar nas portas e tetos

Fazermos igrejas e capelas.

Histórias temos tantas! Desde o começo da humanidade, com histórias e lendas de vários povos até histórias pessoais.

A arte de trabalhar o CAOS é intensa! 

Nos acostumamos tanto que o cérebro se concentra naquele momento presente e podemos curtir o processo, muitas vezes oramos apenas pintando…

Quem consegue trabalhar no meio do caos vai se fortalecendo tanto, que os problemas da vida viram apenas coisas para serem resolvidas da melhor forma possível!

Essa coluna é um microcosmos de um macrocosmos! 

Tenho certeza que ela, muitas vezes, assim como acontece com as várias colunas dos nossos queridos e queridas colegas, fazem com que vocês se identifiquem! É ou não é?

A arte nos ensina e nos testa e nos poda, porque a arte é amor.

Dedicação e um “estar” com a divindade recebendo energias para continuarmos a viver, até a hora de voltar à nossa verdadeira casa do Pai e da Mãe! (Afinal, se tem pai, tem mãe, né?)

Só tem um porém! A gente se acostuma tanto a produzir no meio do caos e da “guerra” que temos que REAPRENDER a produzir em períodos de paz! Kkkkkk É mole?

Ser humano se adapta tanto que até se acostuma com a infelicidade e com problemas

Dica da arte: NÃO SE ACOSTUMEM A SOFRER!

Se algo lhe incomoda, mude! De casa, de roupa, de situação. E quando a situação ainda precisa que você tenha paciência (ai, como detesto essa palavra), gente! Aprendam com minha minha amiga e irmã,  Ana Paula Barcellos (que escreve aqui a coluna de moda EM ALTA).

Ela me ensinou a palavra RESSIGNIFICAR! 

Na arte, quando você faz desenho de observação, não está aprendendo a copiar. Está aprendendo a ver objetos e cria, consequentemente, no seu inconsciente ângulos diferentes dos problemas.

RESSIGNIFICAR SUA VIDA.

O passado já era, deixar o futuro para o universo e viver o presente.

Quando desenhamos, estamos presentes “no presente”! 

Legal, né?

Bom! Gostaria de oferecer como presente a coluna de hoje para nossa ” queridona”(como ela nos chama), nossa amiga Telma Elorza, que fez niver e que tem a coragem de ressignificar e mudar a vida, sempre para melhor e não só para ela, mas para todos nós! Parabéns nossa querida amiga! Força fé e alegria, beijos meus e do Ro!

Angela Diana

Sou londrinense e me dedico à arte desde 1986 quando pisei pela primeira vez no atelier de Leticia Marquez. Fui co-fundadora da Oficina de Arte, em parceria com Mira Benvenuto e atuo nas áreas de pintura, escultura, desenho e orientação de artes para adolescentes e adultos. Siga minhas redes sociais @angela_dianarte e @produtosdoimaginario

Fotos: Acervo pessoal