Londrina teve um dia agitado na área policial, com duas operações da Polícia Militar e uma da Polícia Civil
O LONDRINENSE com assessorias
Sete policiais civis presos por peculato e outros 21 mandados de prisão cumpridos foram o saldo do dia no setor policial de Londrina, em três operações realizadas por policiais militares e civis, nesta quinta-feira (13).
A Polícia Militar cumpriu 21 mandados de prisão e 59 mandados de busca e apreensão contra um grupo criminoso que atuava no Paraná e tinha integrantes em São Paulo, Mato Grosso e Maranhão. Os trabalhos fazem parte das operações Atroz e Irmandade. A operação começou a partir de Londrina, baseadas em investigações conduzidas pela a 16ª Promotoria de Justiça de Londrina, em parceria com a 4ª Companhia Independente de Polícia Militar.
As ordens judiciais foram cumpridas em Londrina (Sistema Penitenciário – Casa de Custódia, Penitenciária Estadual I e II, Cadeia Pública Feminina e Centro de Reintegração Social de Londrina), Borrazópolis, Cambé, Faxinal, Piraquara (Penitenciária Estadual I), Rolândia, Sertanópolis, Uraí, São Paulo (SP) e Lago da Pedra (MA). Os mandados foram deferidos pelo Juízo da 3ª Vara Criminal do Foro Central da Comarca de Londrina. 1 Foram expedidos 47 mandados de busca e apreensão e 29 de prisão preventiva para cumprimento em oito cidades – seis paranaenses- , na capital paulista e em um município maranhense.
Facção – Os presos são suspeitos de pertencer a organização criminosa responsável pela prática de diversos crimes, tais como o tráfico e a associação para o tráfico de drogas, tortura mediante sequestro, falsificação, dentre outros. Alguns desses crimes tem por objetivo a captação de recursos financeiros para o custeio das atividades da organização criminosa; outros – a exemplo da tortura mediante sequestro – são utilizados como espécie de penalidade a desafetos ou membros da própria facção, por meio do que é conhecido como “Tribunal do Crime”.
As operações Atroz e Irmandade possuem alvos em comum de pessoas envolvidas com o crime organizado, por isso a união de esforços para abordar e encaminhar os envolvidos. Foram cumpridos 21 mandados de prisão durante abordagens (um deles cumprido em São Paulo, um dos alvos mais importantes do grupo), 17 estão foragidos ou possuem localização incerta, e 14 aguardam cumprimento em unidades prisionais nos próximos dias. Já dos 59 mandados de busca e apreensão, todos foram cumpridos nesta quinta-feira (13).
Durante as abordagens e verificações nas casas dos suspeitos, os policiais militares apreenderam uma pistola, de calibre .380, 40 munições do mesmo calibre, 975 gramas de maconha, três veículos, dois notebooks e quatro pendrives. Ao todo, foram apreendidos ainda R$ 14,4 mil em dinheiro.
De acordo com o subcomandante do 2º CRPM, tenente-coronel Antônio Carlos Campos Junior, as investigações já duravam um ano. “Tivemos muito trabalho ao longo desse período e hoje contamos com uma forte integração para obter esses resultados”, disse.
Para fazer os cumprimentos judiciais, a 4ª Companhia Independente de Polícia Militar (4ª CIPM) contou com mais de 200 profissionais de segurança pública de várias unidades da PM e do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen).
Segundo o comandante da Companhia, major Marcos Antônio Tordoro, a avaliação é muito positiva, pois as prisões são frutos do setor de inteligência da unidade.
“O foco era o combate às organizações criminosas, em Londrina e fora do Paraná. Tivemos muitas prisões que causaram a desarticulação das ações em Londrina, fruto de um trabalho árduo. Praticavam tráfico de drogas, roubo e até homicídios. Parabenizo a todos os policiais militares que atuaram nos trabalhos, pois tiveram afinco e dedicação”, disse.
Policiais civis presos
Ao mesmo que ocorriam as operações da PM, sete policiais civis de Londrina acabaram presos na manhã desta quinta-feira (13). Eles foram alvo de uma operação que contou com a participação de 45 policiais de outras cidades, suspeitos de desvio de parte de uma carga de materiais contrabandeados do Paraguai, apreendidos em dezembro do ano passado. As investigações apontam que aproximadamente R$ 450 mil em mercadorias foram apreendidos em três veículos, mas os policiais entregaram uma quantidade pequena na delegacia, ficando com o restante.
Os investigadores, que não tiveram os nomes divulgados, foram descobertos por uma investigação da Corregedoria, depois de denúncias anônimas. “Uma discrepância entre as mercadorias recolhidas no local e as que foram efetivamente apresentadas na Receita Federal. Uma quantidade bem inferior que a investigação apurou. Um valor expressivo, smartfones, ipads, perfumes e computadores”, afirmou Marcio Lemos, corregedor-geral da Polícia Civil do Paraná à rádio Paiquerê 91,7.
Nas buscas, foram encontrados objetos compatíveis com os desviados e uma arma de fogo sem registro. Entre os policiais presos, estão os que exercem funções de superintendente e de chefe de investigação de furtos e roubos na Subdivisão Policial de Londrina. Eles responderão pelos crimes de peculato e associação criminosa. Além disso, na esfera administrativa podem ser punidos com a demissão. Os sete policiais ficarão presos em Curitiba.
Foto: Print de vídeo da 4.CIPM