Há 13 anos, o projeto VIDA coleta sangue de cães para utilização em procedimentos do Hospital Veterinário da UEL. Iniciativa do Departamento de Clínicas Veterinárias busca doadores
Antônio Mariano Júnior
Equipe O Londrinense
Bonitão o cachorro da foto acima, né? Chama-se Augusto, tem dois anos de idade e, nos próximos dias, deverá fazer a segunda doação de sangue ao Projeto VIDA. Uma louvável iniciativa desenvolvida há 13 anos pelo Departamento de Clínicas Veterinárias, do Centro de Ciências Agrárias (CCA), da Universidade Estadual de Londrina.
Da raça Golden Retriever, Augusto é um dos cerca de 50 cães de Londrina e região cadastrados como doadores regulares do projeto de extensão, em atividade desde 2006. Número até impressionante, mas não o suficiente para atender a demanda de transfusões efetuadas, praticamente em todos os dias, pelo Hospital Veterinário da UEL.
Seriam necessários, ao menos, 300 doadores regulares. Ou 25 bolsas de sangue disponíveis por semana para a transfusão, principalmente, em animais com anemia profunda ou submetidos a intervenções cirúrgicas.
Uma bolsa de sangue pode ser útil a dois cães pequeno ou um de grande porte. “Novos doadores podem salvar a vida de muitos animais”, sintetiza Raquel Reis Martins, veterinária, doutoranda e integrante do VIDA. O projeto tem coordenação da professora Patrícia Mendes Pereira, também veterinária e diretora do CCA.
Todas as raças de cães podem ser doar sangue. O animal precisa ser de grande porte, ter entre 1,5 e 8 anos de idade, pesar mais de 28 quilos, estar com as vacinações em dia e ser dócil.
“Não amarramos, não sedamos e muito menos utilizamos focinheiras. A coleta é feita através de contenção manual, com a presença do tutor. Se houver resistência, não fazemos a coleta. Prezamos pela integridade física dos cães”, afirma Raquel Reis Martins.
A doação pode ser feita a cada três meses. Vale ressaltar que a fêmea não pode estar no cio no momento da doação. Segundo a veterinária, são conhecidos oito tipos de sangue de cães. Para saber qual tipagem será utilizada numa transfusão, são feitos exames laboratoriais para se saber a compatibilidade sanguínea.
Gatos também são atendidos pelo Hospital Veterinário; na necessidade de uma transfusão, a coleta é feita de modo emergencial. O motivo: não há bolsas específicas (pequenas) já que é retirado um volume pequeno, viável 24 horas devido ao risco de contaminação ao receptor.
que os três tipos sanguíneos dos felinos coagulam rapidamente.
Benefícios aos doadores regulares
A coleta é realizada no Laboratório de Medicina Transfusional do HV. O processo leva entre cinco e 10 minutos, tempo necessário para retirar entre 400 e 450 ml de sangue, que posteriormente é dividido em duas bolsas: uma com as hemácias e outra com o plasma sanguíneo.
O concentrado de hemácias é utilizado, em 95% dos casos, para animais com anemia, além de atender cães que passam por processos cirúrgicos. O material pode ser armazenado por até 35 dias, entre 2 a 6 graus centígrados.
Já o plasma fica congelado em temperatura de 23º e pode ser armazenado por até um ano. É utilizado em animais queimados ou portadores hereditários de coagulação, por exemplo
Além de ajudar outros animais, os doadores também recebem benefícios, como exames clínicos e hematológicos a cada doação, vermifugações periódicas e revacinação anual – após quatros doações feitas anualmente.
A intenção da coordenadora do projeto, professora Patrícia Mendes Pereira, é atender a todos os hospitais veterinários de Londrina. Daí, a necessidade de 300 cães doadores regulares.
O Projeto Vida conta com aproximadamente 40 participantes, alunos de todos os anos do curso de Medicina Veterinária, que atuam em todas as etapas da doação de sangue, desde a triagem, passando pela coleta, até a transfusão.
Augusto está fazendo a parte dele. Quem mais deseja que seu cão torne-se um doador de sangue do Projeto Vida? Hein?! (Com informações do Blog Extensão da UEL / Projeto Vida)
Mais informações e contatos
https://www.facebook.com/ProjetoVidaUEL/
Foto: Arquivo Pessoal