Por Mariana Coppo
Londrina, a antiga capital do café e a 2ª maior cidade do Paraná, está enfrentando uma verdadeira revolução na sua paisagem urbana nas últimas décadas. A verticalização (construção de edifícios em altura) tem sido uma resposta à demanda crescente por moradias na cidade. Porém, à medida que os prédios são construídos, os apartamentos tendem a diminuir de área, e isso está transformando o modo de vida dos londrinenses.
Essa tendência à verticalização não é única de Londrina, mas é um fenômeno comum em cidades em crescimento. Quando o espaço horizontal da cidade se torna cada vez mais disputado, a única maneira de seguir em frente é, na verdade, “para cima”. Em Londrina, isso se traduz em uma vastidão de novos edifícios residenciais espalhados pela cidade.
No entanto, essa constante expansão para o céu muitas vezes significa uma redução no espaço dos apartamentos. Com isso, os imóveis verticais tendem a ser mais compactos do que as casas tradicionais. Isso causa um impacto direto na qualidade de vida dos habitantes, já que a falta de espaço pode criar ambientes menos amplos e versáteis, afetando o conforto diário. E não se pode ignorar o fato de que apartamentos menores, na maioria das vezes, representam um desafio para as famílias, especialmente aquelas com crianças. A falta de áreas verdes e de lazer, bem como espaços comuns para interações sociais, pode dificultar a vida cotidiana, na socialização e na construção de comunidades ativas.
Londrina e seus apartamentos compactos
Projetar apartamentos muito pequenos em um contexto de verticalização urbana representa um desafio fascinante para arquitetos, que precisam reinventar a forma como concebem espaços habitáveis. A verticalização, uma resposta necessária ao crescimento populacional, tem suas nuances. Por um lado, ela otimiza o uso do espaço, mas, por outro, pode comprometer a qualidade de vida dos habitantes, à medida que áreas verdes e espaços de convivência diminuem.
Além disso, a mobilidade e a acessibilidade podem ser prejudicadas pela concentração populacional, exigindo uma abordagem holística ao planejamento urbano. Assim, o papel do arquiteto é encontrar soluções criativas que não apenas maximizem a eficiência e a funcionalidade dos apartamentos, mas também promovam uma melhor qualidade de vida, incentivando a interação social e a criação de comunidades resilientes em um ambiente urbano em constante transformação.
Quando se trata deste tema sobre apartamentos pequenos, entra também em debate o preço para reforma de interior destes. Por incrível que pareça, muitas vezes, ambientes pequenos precisam de soluções modernas e diferenciadas para os móveis planejados, com equipamentos embutidos ou retráteis. Isso resulta em orçamentos maiores para que haja soluções funcionais para o dia a dia nestes espaços, para que cada centímetro seja funcional e agradável. Muitas vezes, o valor de projeto (por metro quadrado) para apartamentos extremamente pequenos é mais elevado do que para um apartamento de maior tamanho, que não precisará de soluções tão complexas.
Em resumo, a verticalização e a diminuição dos espaços nos apartamentos em Londrina são partes inevitáveis do crescimento urbano. No entanto, é crucial que esse desenvolvimento seja planejado com sensibilidade, levando em consideração o bem-estar dos moradores. Londrina está evoluindo, e o desafio está em encontrar o equilíbrio entre a paisagem urbana em transformação e a qualidade de vida dos que aqui vivem, para que nossa cidade continue sendo este lugar maravilhoso e tão conhecido nacionalmente pela sua ótima qualidade de vida!
Mariana Coppo
Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estadual de Londrina, pós graduada em Arquitetura de Interiores pela Universidade Filadélfia, especialista e precursora em Arquitetura Sensorial ligada à neurociência. Siga-me no Instagram @marianacoppo.arquitetura e visite nosso site www.marianacoppoarquitetura.com. Whatsapp (43) 98855-6754
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