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A palavra da moda é “goblin mode”, mas prefiro um meio termo

Por Ana Paula Barcellos

Há uns dias, saiu a notícia de que a palavra do ano, eleita pelo dicionário Oxford, é “goblin mode”, que pode ser traduzida como “modo duende” e tem a ver com estar desleixado, descuidado. Essa expressão, que pra gente não é comum, se popularizou na gringa durante a pandemia pela postura mais relaxada adotada por muitas pessoas, que passaram a se vestir de forma mais desencanada e assumir um estilo de vida meio de duende mesmo.

Achei interessante e fiquei pensando sobre como a gente ficou também no pós-isolamento. Conheço bastante gente que admite que depois desses dois anos tão difíceis, não tem mais pique ou não vê muito sentido em se arrumar tanto.

Para a equipe do Oxford, esse termo “capturou o estado de espírito predominante de indivíduos que rejeitaram a ideia de retornar a vida normal ou se rebelaram contra os padrões estéticos cada vez mais inatingíveis”. 

Conheço gente que entregou os pontos e não consegue mais sair do modo “moletom e tênis”, que adotou de vez um estilo mais simples e despojado. Por outro lado, também tem gente que quer se arrumar muito em toda oportunidade que surge, como uma forma de celebrar a retomada da vida fora de casa com mais liberdade, e a própria vida em si. 

Foto: FreePik

Já eu precisaria de outra expressão para definir um meio termo. Acabei me encontrando no meio do caminho. Porque estou mesmo mais desencanada, mas tenho reencontrado o gosto por me produzir mais e pensar novas formas de me vestir, algo que vem de encontro com certos processos internos. Retomei o salto e uso com gosto, mas não mais pra cumprir com certas expectativas. Por outro lado, a coleção de tênis só cresce – e também está mais estilosa. 

Meu guarda-roupa está bastante diferente. Retomei o uso de peças esquecidas e abandonei alguns amores que pareciam eternos. Também adquiri roupas que pensei que jamais usaria! 

No fim de ano, em que é de praxe fazer esses balanços, a gente se pega refletindo. E por aí, como andam o espírito e o armário? De que formas esses últimos dois anos impactaram seu estilo, seu jeito de se vestir?

Ana Paula Barcellos

Viciada em botas, sacoleira e brecholenta, trabalha com criação de joias artesanais e pesquisa de tendências. Tem foto da Suzy Menkes na estante e escreve essa coluna usando pijama velho, deitada no sofá enquanto toma café com chocolate.

Foto: FreePick

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