Por Fábio Luporini
O primeiro aspecto a ser observado é que não se pode entender o conceito de comunismo tal qual foi pregado mais de 100 anos atrás. Até porque, na prática, ele nunca foi aplicado radical e originalmente. Então, ao entendê-lo, faz-necessário levar em conta as nuances e diferenças de cada contexto, região ou país. O Brasil, por exemplo, nunca foi comunista. Nem mesmo a China é. E Cuba? Há muita coisa que leva esse conceito ralo abaixo.
Da mesma maneira, é preciso, agora e mais do que nunca, estudar e entender o conceito e movimento do bolsonarismo. Algo que, na pessoalidade teórica, tende a se aproximar de rótulos como o chavismo. Mas, quais os aspectos e catacterísticas de cada um? Ao que tudo indica, o movimento ideológico deve permanecer no cenário político brasileiro. E, mais uma vez, é importante entender as nuances e particularidades.
Em todos os casos, mais que observar o que cada um aparenta ser, a ciência política deve ir além e enxergar os bastidores, os meandros que nem sempre aparecem tão facilmente. Esses, muitas vezes, são interesses escusos, escondidos. E, em grande parte dos casos, aparecem somente alguns anos mais tarde, quando a realidade se distancia. Por isso, recomendo sempre uma postura crítica e desconfiada, a qual me ensinou o jornalismo: não embarque nunca no discurso de um político. Nem de cá, nem de lá.

Fábio Luporini
Sou jornalista formado pela Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.
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