Por Angela Diana
E quem não tem necessidade nesse mundo, levanta a mão! Mas como fazer a arte acontecer quando todos os recursos se esgotam? Uma das maiores experiências nesse sentido foi a “arte povera”. Movimento nascido na década de 1960 que se estendeu até a década de 1970, na Itália (Roma, Milão, Turim…) e um dos dois maiores movimentos de vanguarda da Itália ( o outro foi o futurismo).
A arte “povera” ou “pobre” nasceu da necessidade da experiência de “empobrecer a arte”, trabalhar com materiais efêmeros como o papelão, sem usar materiais caros ou que durassem… A pergunta era: será possível criar grandes obras de arte com materiais “pobres”? Artistas como Alighiero Boetti, Emilio Prini, Gilberto Zorio, Jannis Kounellis, Iole de Freitas e outros e outras provaram sim, que isso é muito possível! Ou seja, artista cria com qualquer material e isso é um dos motivos que nos tornam absolutamente RESILIENTES!
Sempre digo e já escrevi aqui várias vezes :”artista não ESTÁ ARTISTA, ELE OU ELA É ARTISTA! Outro dia encontrei artistas que fazem bordados em folhas secas! Ou artistas que usam os materiais de determinados lugares para criar a obra. Exemplo disso são as esculturas na areia… Areia, gente!
Eu até entendo a raiva que muita gente tem da gente! Saca a historia da cigarra e da formiga? Puro despeito! Artista trabalha demais e em qualquer época do ano, passa por milhões de perrengues, chateações (afinal, somos gente, né?)e então, ele ou ela entra no seu atelier (grande ou minúsculo, não importa!) e se sente feliz! Dizer que a criação alimenta a alma é pouco… É um prazer que não dá para explicar! Uma conexão com o divino tão forte que transcende o dia a dia, por vezes monótono! Sem a arte seria insuportável viver!
Ah! E se falo, na maioria das vezes das artes plásticas, é porque poucas pessoas falam, ok? Isso vale para todas as artes, desde a música, dança, teatro, cinema, arte escrita, falada… Pergunte isso para qualquer artista, de qualquer área e a resposta será a mesma: que a arte alimenta e sem ela já estaríamos mortos! Mortos vivos no meio desse caos organizado que é a vida! A arte é o melhor lado do ser humano…só acho!
Bom final de semana pessoal! E lembrem-se: CATARSE, colaborem com nosso querido jornal!
Angela Diana
Sou londrinense e me dedico à arte desde 1986 quando pisei pela primeira vez no atelier de Leticia Marquez. Fui co-fundadora da Oficina de Arte, em parceria com Mira Benvenuto e atuo nas áreas de pintura, escultura, desenho e orientação de artes para adolescentes e adultos.
Foto Principal: Obra de Iole de Freitas/Reprodução da internet
