A mulher artista
E finalmente 2021 chegou! Não sei vocês, mas eu tinha a impressão que 2020 era uma daquelas portas de filme de terror que quanto mais você quer abrir mais ela se afasta!
E o ano chegou com uma grata surpresa, uma land art impressionante da artista pernambucana Juliana Notari (@juliana_notari). A vulva de 33 metros de comprimento, 16 m de largura e 6 m de profundidade, foi feita em um morro ( o certo é vulva ok! Nada como ter uma mãe professora de ciências).
A obra está causando furor na internet, e não é para menos, já que pelas palavras da artista, o trabalho também representa uma ferida… O que causa indignação, a meu ver, é que certas criticas são como já eram de se esperar: absolutamente machistas e agressivas.

A essência da land art é se conectar ao ambiente, causando impacto visual, como Christo que embrulhou montanhas , pontes e monumentos; ou Robert Smithson que criou a “grande plataforma espiral” em Utah , nos EUA.
A land art, ultrapassa os limites dos espaços convencionais e é uma fusão da arte e da natureza. Alguns nomes da land art são: Michael Heizer, Walter de Maria, Robert Smithson, Christo e Jeanne – Claude, Richard Long…
Ter uma land art dessas e de uma artista mulher é sensacional! E como as pessoas tem medo de falarem de universo feminino e sexo! Uma artista que não fez land art, mas que suas obras foram inseridas em vários espaços foram as aranhas gigantes de Louise Bourgeois.

A artista explorava o tema sobre o sexo entre vários outros importantes na sua trajetória… A série se chama “Maman” e, em uma das simbologias da artista, elas representam sua mãe: uma mulher serena, inteligente e prolifica (e que foi traída pelo marido, o que causou uma impressão muito forte em Louise).
A maior aranha da série tem 10 metros de altura e quase todas estão espalhadas em vários lugares do mundo! Louise Bourgeois será uma das artistas que falarei em uma coluna especial.
O que me fez lembrar dessa artista foi que ela era mulher e tratava de assuntos do universo feminino e humano assim como a obra “Diva”.

É incrível, como apesar do material, da simbologia utilizada, o universo feminino ainda choca as pessoas e, na maioria das vezes, as próprias mulheres!
Esse ano, a coluna trará uma série em que mostrarei vida e obras de artistas mulheres! Vejam bem! A arte não discrimina, o ser humano sim, mas me sinto como mulher e artista mostrar para vocês as mulheres influentes e importantes no mundo das artes.
Que venha então 2021! E que seja o ano da vacina!
Gratidão! Carpe diem pessoal!
Angela Diana

Sou londrinense e me dedico à arte desde 1986 quando pisei pela primeira vez no atelier de Leticia Marquez. Fui co-fundadora da Oficina de Arte, em parceria com Mira Benvenuto e atuo nas áreas de pintura, escultura, desenho e orientação de artes para adolescentes e adultos.
Foto: Diva, de Juliana Notari – Reprodução da internet